TOLKIEN PARA O CINEMA – A ARQUITETURA NOS CENÁRIOS
O cinema é considerado a sétima arte e com toda a razão.
É um processo artístico que envolve todos os sentidos e emoções. Imagem, som e história, tudo elaborado dentro daquilo que o diretor quer transmitir à percepção sensorial e intelectual da platéia.
Com o lançamento dos filmes de O Senhor dos Anéis e O Hobbit uma legião de admiradores foi aos cinemas buscar a concretização daquilo que leu. Quer coisa mais difícil do que isso?
Ao produzir um filme histórico, o diretor busca reconstituir os ambientes de uma época reconhecível ao público através de mobiliário, cores, iluminação, além dos demais aspectos incluídos na direção de arte, como figurinos e maquiagem. Mas e em O Hobbit, assim como já foi lindamente realizado na trilogia O Senhor dos Anéis?
A cenografia tem que reconstituir um “momento histórico” não real, criado por um escritor, J.R.R.Tolkien e elaborado na imaginação de cada um de seus leitores e fãs.
Que coisa difícil!
Além disso, mesmo o fantástico precisa ter elementos de realidade para que o público assimile e compreenda. É fascinante como toda essa quantidade de aspectos deve ser integrada em um filme para conseguir o resultado almejado.
E conseguir!
O sketchbook do filme foi baseado nas ilustrações de Alan Lee e John Howe, reconhecidos como os ilustradores definitivos de Tolkien. Algumas cenas do filme são inclusive exatamente iguais às suas ilustrações.
Vamos falar um pouquinho das referências arquitetônicas usadas em O Senhor dos Anéis, que buscam criar a atmosfera de alguns dos diversos povos da história contada e simultaneamente transmitir uma espécie de “reconhecimento” e empatia ao público.
Pessoas que podem até nunca ter lido o livro.
Peço desculpas antecipadas aos fãs por não me aprofundar muito. É uma visão geral. Não sou uma super entendida do assunto “Tolkien” embora adore os livros e os filmes. E tenho até medo de falar besteira…
O CONDADO – OS HOBBITS
Os hobbits são um povo campestre, fechado em sua vida de comunidade. Gostam de comer e viver uma vida de coisas simples. Diz-se que Tolkien se inspirou nele mesmo e no que apreciava para criar o povo. Suas cenas são inspiradas na Inglaterra rural do seculo XVIII.
Observe, é fantástico e mágico porque as portinhas são redondas, as casas semi-enterradas, mas reconhecíveis pelos telhados de sapê, carroças, barris e demais elementos da vida cotidiana de uma vila rural.
VALFENDA E LOTHLORIEN – OS ELFOS
O povo élfico tem profunda relação com a natureza, que se reflete nos ambientes que constroem e habitam, perfeitamente integrados a ela. Os filmes nos apresentam a dois deles: Valfenda e Lothlorien.
São um povo imortal, de índole contemplativa, suave, detalhista e paciente. O Art Nouveau é a principal influência da arquitetura élfica, mas Valfenda também foi inspirada em templos japoneses e Frank Loyd Wright.
GONDOR – OS HOMENS DE GONDOR
Um reino de homens orgulhosos de sua história e antepassados, nobres e altivos. A cidade principal, Minas Tirith, é mostrada tendo grande salões e piazzas, com uma inspiração gótica associada a Itália Renascentista. As construções brancas juntinhas morro acima também tem algo de ilhas gregas.
Minas Tirith foi inspirada em Mont Saint-Michel, St Michael’s Mount e Palatine Chapel in Aachen.
ROHAN – OS HOMENS DE ROHAN
É o povo dos cavaleiros: os cavalos são tema onipresente na decoração. Os rohirrim têm grande amor por seus cavalos e supostamente criam os melhores cavalos do mundo. São um misto de influências anglo-saxônicas e vikings.
Os elementos decorativos das construções de Edoras, a cidade principal, têm muitos nós e entrelaces, e é geralmente em madeira com detalhes dourados, associando aos povos referência
http://scrapbook.theonering.net/scrapbook/movies/sets
Participação de Leo Aucar